Filme com roteiro que mesmo apresentando alguns relatos fictícios, em contrapartida mostra partes históricas verdadeiras como a vida do Primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, em seus primeiros dias no poder. Na ocasião em que o Exército Alemão de Hitler cercava as tropas britânicas em Dunkirk, na França, durante a Segunda Guerra Mundial.
Dentre alguns relatos fictícios: está a decisão britânica de lutar contra Hitler como uma escolha e não como um ato inevitável, como teria sido de fato, pois a situação em 1940 foi tão terrível quanto descrita.
Segundo alguns verdadeiros historiadores, as negociações de paz com Hitler eram fictícios. A viagem de Churchill no metrô de Londres também é totalmente fictícia, e há evidências históricas de que a maioria dos britânicos não foi imediatamente inspirada pelos discursos de Churchill. Segundo George Orwell, acreditava que as pessoas comuns já se sentiam subjugadas e poderiam não se opor a uma "Nova Ordem".
Não há provas conclusivas de que Chamberlain e o Visconde de Halifax estivessem planejando um iminente voto de desconfiança, embora essa ameaça existisse até as vitórias da meia-guerra no norte da África. É fato que Churchill era alvo da suspeita de seus próprios colegas conservadores. O Partido Trabalhista confirmou que eles serviriam em um governo nacional sob outro líder que não Chamberlain, mas não citaram Churchill.
Adam Gopnik escreveu: "... no final de Maio de 1940, quando o líder conservador Lord Halifax desafiou Churchill, insistindo que ainda era possível negociar um acordo de paz com Hitler, através dos bons ofícios de Mussolini, foi o firme anti-nazismo de Attlee e seus colegas trabalhistas que salvou o dia - uma verdade vital tão mal subdramatizada no atual filme centrado em Churchill.
O Destino de Uma Nação, é criticado por Adrian Smith, professor emérito de história moderna da Universidade de Southampton, que escreveu na New Statesman que o filme "mais uma vez negligenciava o papel-chave dos trabalhistas no momento mais perigoso da história deste país. (...) Em maio de 1940, seus líderes deram a Churchill o apoio inequívoco de que ele precisava quando se recusou a se render. Ignorar o papel vital de Attlee é só mais uma falha em um filme profundamente falho".
Referindo-se ao comentário de Charles Moore de que o filme era "excelente propaganda do Brexit", Afua Hirsch escreveu no The Guardian: "Eu o chamaria de filme de propaganda, mais genericamente - e um grande exemplo do tipo de mito que nós gostamos de promover na moderna Grã-Bretanha. Churchill foi renomeado como um viajante de metrô, um gênio adorador de minorias, de acordo com uma compreensão geral dele como 'o maior britânico de todos os tempos' ". Hirsch também criticou o filme por "perpetuar a ideia de que Winston Churchill ficou sozinho, na Hora Negra, enquanto o nazi-fascismo invadia, sendo a Grã-Bretanha uma nação pequena e vulnerável isolada no Atlântico Norte. Na realidade, o Reino Unido era naquele momento uma potência imperial com o poder coletivo de mão de obra indiana, africana, canadense e australiana, recursos e riqueza à sua disposição".
Há uma preocupação, ainda, em se mostrar os sentimentos da guerra para o povo. “O destino de uma nação” cria um elo entre os anseios de Churchill e as incertezas dos ingleses.
Uma belíssima interpretação de Gary Oldman, tanto que ele foi premiado em todas as premiações que participou com o prêmio de melhor ator, inclusive com o mais importante prêmio, o Oscar. Nota 6 (0 a 10).
Sinopse
O excêntrico estadista Winston Churchill (Gary Oldman) com a mulher, Clemmie (Kristin Scott Thomas) e os filhos. Quando em Em maio de 1940, o Partido Trabalhista da oposição no Parlamento exige a renúncia do primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain (Ronald Pickup) por ser muito fraco diante da investida nazista. Chamberlain diz aos assessores do Partido Conservador que ele quer o Lorde Halifax como seu sucessor, mas Halifax não acha que é a hora certa. Chamberlain é forçado a escolher o único homem que os partidos da oposição aceitarão: Winston Churchill (Gary Goldman), o primeiro lorde do Almirantado, que previu corretamente o perigo de Adolf Hitler antes da guerra, torna-se Primeiro-ministro do Reino Unido.
Churchill tenta demitir sua nova secretária Elizabeth Layton (Lily James) por ela não datilografar seus textos como ele gosta, mas depois pede desculpa, e mantém. O rei George VI (Ben Mendelsohn), que desconfia fortemente de Churchill devido a seu apoio a seu irmão Eduardo VIII durante a crise da abdicação, relutantemente o convida a formar um governo. Churchill inclui Chamberlain (como lorde presidente do conselho) e Halifax (Stephen Dillane), secretário de relações exteriores. Nesse dia, a Alemanha invade a Bélgica e a Holanda.
Churchill tem uma reputação pobre no Parlamento por causa de seu histórico no Almirantado, seu papel na Campanha de Gallipoli na Primeira Guerra Mundial, seus pontos de vista sobre a Índia e sua deserção passada para o Partido Liberal. O parlamento reage friamente ao primeiro discurso de Churchill, prometendo "Sangue, trabalho, lágrimas e suor". Chamberlain e Halifax estão chocados com a recusa de Churchill em negociar a paz, e começam a planejar a renúncia do governo para forçar um voto de desconfiança, criando uma situação na qual Halifax presumivelmente se tornaria o primeiro-ministro. Depois de tentar forçá-lo a admitir isso por escrito, Churchill lembra Chamberlain de seu papel no Acordo de Munique de 1938 e do fracasso do apaziguamento.
Churchill visita o primeiro-ministro francês, Paul Reynaud (Oliver Broche), que acha Churchill iludido por não ter admitido, pelo menos, que os aliados estão perdendo a batalha da França, enquanto Churchill fica furioso porque os franceses nem sequer têm um plano para contra-atacar. Embora o presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt, seja simpático à situação de Churchill, ele é limitado em ação por um Congresso isolacionista e pelos Atos de Neutralidade. Churchill atrai ira de seu gabinete e de seus próprios conselheiros por entregar um discurso de rádio no qual ele falsamente insinua que os Aliados estão vencendo a guerra, o que lhe valeu uma repreensão do rei. Halifax e Chamberlain continuam pressionando para usar o embaixador italiano Giuseppe Bastianini como intermediário para negociar com a Alemanha.
O fracasso na França faz com que o Gabinete de Guerra apoie as negociações com a Alemanha. Sob forte pressão, Churchill concorda em considerar uma paz negociada, mas não consegue impor uma carta pedindo paz com Hitler. George VI inesperadamente visita Churchill,; o rei explica que passou a gostar de Churchill e o encoraja a continuar a guerra. Ainda incerto sobre o que fazer, Churchill percorre impulsivamente o metrô de Londres (pela primeira vez em sua vida) e pergunta aos passageiros surpresos sua opinião. Churchill se reúne com o Gabinete Externo e outros membros do Parlamento. A evacuação de tropas de Dunquerque, Operação Dynamo é iniciada para resgastar mais de 300 mil soldados aliados.
Enquanto Churchill se prepara para se dirigir ao Parlamento, Halifax pede a Chamberlain que continue com seu plano de renunciar. Chamberlain decide esperar o discurso de Churchill.
Será que Winston conseguirá resgastar os soldados em Dunkirk; fará o tratado de paz com Hitler ou enfrentará ele em uma guerra?! Quem assistir verá !!!
Elenco
Gary Oldman as Winston Churchill
Ben Mendelsohn as George VI
Kristin Scott Thomas as Clementine Churchill
Lily James as Elizabeth Layton
Ronald Pickup as Neville Chamberlain
Stephen Dillane as Lord Halifax
Nicholas Jones as Sir John Simon
Samuel West as Sir Anthony Eden
David Schofield as Clement Atlee
Richard Lumsden as Ismay, General
Malcolm Storry as Ironside, General
Hilton McRae as Arthur Greenwood
Benjamin Whitrow as Sir Samuel Hoare
Joe Armstrong as John Evans
Adrian Rawlins as Marshal Dowding, Chefe Aéreo
David Bamber as Ramsay, Almirante
Paul Leonard as Dudley Pound, Almirante
Oliver Broche as Reynaud
David Strathairn as President Roosevelt, voz
Indicações e Prêmios
Oscar 2018
Melhor Filme - Indicado
Melhor Ator (Gary Oldman) - Venceu
Melhor Fotografia (Bruno Delbonnel) - Indicado
Melhor Direção de Arte - Indicado
Melhor Figurino - Indicado
Melhor Penteado & Maquiagem - Venceu
Globo de Ouro 2018
Melhor Ator em Drama (Gary Oldman) - Venceu
Critic´s Choice Awards 2018
Melhor Filme - Indicado
Melhor Ator (Gary Oldman) - Venceu
Melhor Cabelo & Maquiagem - Venceu
SAG Awards 2018
Melhor Ator (Gary Oldman) - Venceu
BAFTA 2018
Melhor Filme Indicado
Melhor Filme Britânico Indicado
Melhor Ator (Gary Oldman) - Venceu
Melhor Atriz Coadjuvante (Kristin Scott Thomas) - Indicado
Melhor Trilha Sonora Original (Dario Marianelli) - Indicado
Melhor Fotografia (Bruno Delbonnel) - Indicado
Melhor Design de Produção - Indicado
Melhor Figurino - Indicado
Melhor Penteado & Maquiagem - Venceu
Curiosidades
- Elizabeth Nel é retratada como secretária de Churchill já em 1940. Na realidade, ela só começou a trabalhar para Churchill em 1941. No filme, seu irmão teria morrido enquanto ele recuava para Dunquerque. Isso é fictício.
- O filme dá a impressão de que tanto Clemmie quanto o Rei George VI puderam ouvir pelo rádio o discurso ao vivo do Parlamento. Isto foi impossível porque as transmissões de rádio do Parlamento não começaram até os anos 1970. Embora Churchill tenha gravado o discurso para a posteridade, ele não fez a gravação até 1949. Nem ele, diferentemente de alguns outros discursos, repetiu esse discurso no rádio logo depois de dá-lo no Parlamento.
- O orçamento do filme foi de US$ 30 milhões de dólares e arrecadou US$ 145 milhões.
Ficha Técnica
Título no Brasil: O Destino de Uma Nação
Título Original: Darkest Hour
País de Origem: Reino Unido
País de Produção: Reino Unido
Gênero: Drama / Guerra / Político
Tempo de Duração: 125 minutos
Ano de Lançamento: 2017
Cor: Color
Áudio: Inglês e Português (ambos 5.1 Dolby Digital)
Legendas: Inglês e Português
Tela: 16:9 Widescreen
Estúdio: Perfect World Pictures, Working Title Films e Wanda Pictures
Distribuição: Focus Features
Direção: Joe Wright
Roteiro: Anthony McCarten
Edição: Valerio Bonelli
História: Anthony McCarten
Direção de Arte: Oliver Goodier, Nick Gottschalk e Joe Howard
Direção de Fotografia: Bruno Delbonnel
Desenho de Produção: Sarah Greenwood
Decoração de Cenário: Katie Spencer
Elenco: Jina Jay
Figurino: Jacqueline Durran
Maquiagem: Heather Mason
Música Original: Dario Marianelli
Efeitos Sonoros: Paul Carter
Efeitos Especiais: Neal Champion
Efeitos Visuais: Nicholas Bennett
Produção: Tim Bevan, Lisa Bruce, Eric Fellner, Anthony McCarten e Douglas Urbanski
Co-Produção: Katherine Keating
Produção Executiva: James Biddle, Liza Chasin e Lucas Webb